sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Passando a Borracha na Educação

Por William Cruz
            
            Após as jornadas de Junho, parecia que o Brasil voltava à sua rotina normal. Depois de milhões de pessoas ocuparem as ruas e agitar a vida política do país exigindo melhoras nos serviços públicos (educação, saúde e transportes...), a cidade do Rio de Janeiro demonstrou que há ainda muita coisa para reivindicar.
            Os professores da rede pública do município e do estado decretaram greve que já dura mais de dois meses contra o Plano de Cargos e Salários apresentado pela prefeitura. Além do repúdio total à lógica empresarial da Secretaria de Educação do Município e sua secretária, Claudia Constin, ao tratar a educação como negócio e impor a meritocracia e a dupla função aos professores. Embalados pelas vozes que ecoavam contra o governo do PMDB fluminense, os profissionais da Educação endossaram as críticas contra Eduardo Paes e Sérgio Cabral, prefeito e governador, respectivamente, ao levar o debate da qualidade da educação pública para toda a sociedade.


Manifestação de professores no Rio de Janeiro.
Por Levy Ribeiro/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo. 


            Segundo o sindicato da categoria (SEPE), o Plano da prefeitura é um retrocesso, pois aumenta os problemas já recorrentes nas escolas públicas. Como resposta à sua possível aprovação pela Câmara dos Vereadores, os profissionais deliberaram a ocupação da casa parlamentar. De lá para cá, a grande mídia divulgou cenas de barbárie protagonizadas por um aparelho repressor a serviço das politicagens do governo do PMDB. Circulou um farto material que deixou claro o despreparo de alguns policiais militares na sua atuação nas manifestações. Prisões arbitrárias, excessos na abordagem e abusos se tornaram uma constante no que se refere ao modus operandi da PMERJ.
            Infelizmente, o Plano foi aprovado pela bancada governista da Câmara que optou por ignorar a atender as reivindicações da sociedade. Respondendo a esse total desrespeito com o cidadão, no último dia 7, a Rio Branco foi tomada por petroleiros, educadores e outros manifestantes que entenderam que as manifestações de junho ainda não terminaram. Provaram que todas as frentes de lutas estão interligadas e a Educação é uma pauta importante em qualquer agenda de luta.
           Cabe aqui também uma pequena homenagem ao meu companheiro de Luta e grande educador, Emílio Araujo, que faleceu no início do mês de Outubro. Exemplo de um educador comprometido com a emancipação de seus educandos, nunca recuou nas lutas e nos deixou legado de grande aprendizado.

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